Há alguns anos iniciou-se no país o processo de reforma na atenção à saúde mental. Assim como o Brasil vem se preocupando em desenvolver uma assistência humanizada, que busca resgatar a cidadania e promover a reinserção social das pessoas com algum sofrimento psíquico, também vem despertando a atenção para a questão das pessoas com deficiência. A nossa sociedade, enraigada historicamente de preconceitos e estigmas a cerca do ‘’diferente’’, ou seja, todos aqueles que fogem dos padrões considerados ‘’normais’’, está vivendo um processo de mudanças e desconstruções de paradigmas. Estamos vivendo um momento importante no nosso país, a INCLUSÃO SOCIAL. Incluir socialmente significa oportunizar as pessoas que de alguma forma são desfavorecidas, seja por limitações físicas, visuais, mentais, econômicas, etc. às condições de saúde, educação, emprego, moradia, enfim a uma vida digna e com qualidade. O município de Farias Brito também está engajado nessa luta e através do CAPS – Centro de Atenção Psicossocial e do programa PCD – Pessoas Com Deficiência vem desenvolvendo um trabalho junto as pessoas com necessidades especiais. No dia 21 de setembro, considerado o dia nacional de luta da pessoa com deficiência, houve uma passeata de abertura da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, mobilizando órgãos públicos, escolas e toda a sociedade em prol dessa causa. O CAPS participou ativamente da programação, contando com a participação de usuários e profissionais. Esse é um momento impar na história do nosso município, onde pessoas que sempre foram excluídas e marginalizadas estão tendo oportunidade de terem seus direitos garantidos e de exercerem a sua cidadania.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
O MUNICÍPIO DE FARIAS BRITO NA LUTA EM DEFESA DA INCLUSÃO SOCIAL
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O CAPS PARTICIPA DA XXII VAQUEJADA DE FARIAS BRITO
O centro de Atenção Psicossocial- CAPS, participou da XXII vaquejada de Farias Brito-CE, juntamente com o PCD – programa de pessoas com deficiência, onde compartilharam não apenas o espaço físico, como também o desejo da inclusão social, através da exposição dos trabalhos artesanais dos seus usuários. Essa produção do CAPS é fruto do grupo de geração de renda que acontece semanalmente, e tem como objetivo além de melhorar a auto-estima, autoconfiança, promover a reinserção social. Gostaríamos de registrar ainda o entusiasmo, o otimismo e a determinação das equipes em se fazer presente no evento.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS E COGNITIVOS À SAÚDE MENTAL
Exercícios Físicos e Cognitivos para a Saúde Mental
Há muito tempo se sabe dos benefícios da prática regular de exercícios físicos moderados para a saúde física. Atualmente, mais evidências científicas demonstram os benefícios da associação de exercícios físicos aeróbicos moderados e o treinamento das funções cognitivas na saúde mental.
Já na década de 80, a cientista Marion Diamond demonstrava a importância de ambientes enriquecidos para o desenvolvimento das conexões sinápticas em ratos. Ratos expostos a ambientes estimulantes, onde podiam se exercitar, correr, percorrer labirintos, apresentavam uma expansão cortical de seus cérebros e viviam três anos mais que os ratinhos pouco estimulados. Como apresentamos a mesma funcionalidade neuronal que os ratinhos, esses resultados foram extrapolados para os humanos.
Atualmente se demonstrou que os exercícios físicos estimulam o crescimento neuronal e vascular, melhorando a oxigenação cerebral e com isso as capacidades cognitivas( memória, pensamento abstrato), retardando o processo natural de declínio cérebral com o avanço dos anos. Os exercícios físicos liberam endorfinas, que são neuromoduladores cerebrais responsáveis pela sensação de bem-estar pós-atividade física. As endorfinas neutralizam os efeitos do estresse cotidiano,aliviando a ansiedade e a depressão. Outros benefícios dos exercícios físicos incluem o aumento da síntese do aminoácido precursor da serotonina, o triptofano. A serotonina regula o humor e está alterada em transtornos depressivos e ansiosos. Além disso, os exercícios físicos produzem o crescimento neuronal ( neurogênese) principalmente na região hipocampal, responsável pela mémoria e a aprendizagem. Esse processo ocorre por meio da secreção de móleculas responsáveis pelo crescimento neuronal e vascular, entre elas o BDNF, o VGF e o IGF.
Atualmente se demonstrou que os exercícios físicos estimulam o crescimento neuronal e vascular, melhorando a oxigenação cerebral e com isso as capacidades cognitivas( memória, pensamento abstrato), retardando o processo natural de declínio cérebral com o avanço dos anos. Os exercícios físicos liberam endorfinas, que são neuromoduladores cerebrais responsáveis pela sensação de bem-estar pós-atividade física. As endorfinas neutralizam os efeitos do estresse cotidiano,aliviando a ansiedade e a depressão. Outros benefícios dos exercícios físicos incluem o aumento da síntese do aminoácido precursor da serotonina, o triptofano. A serotonina regula o humor e está alterada em transtornos depressivos e ansiosos. Além disso, os exercícios físicos produzem o crescimento neuronal ( neurogênese) principalmente na região hipocampal, responsável pela mémoria e a aprendizagem. Esse processo ocorre por meio da secreção de móleculas responsáveis pelo crescimento neuronal e vascular, entre elas o BDNF, o VGF e o IGF.
As atividades cognitivas, como leitura, aprendizagem de novos conhecimentos, treinamento da memória de trabalho( http://www.highiqpro.com/ ) , a socialização, o cultivo do bom humor, a convivência com pessoas positivas e a busca de novos desafios constantemente potencializam os ganhos mentais, prevenindo a eclosão de doenças psiquiátricas e melhorando o desempenho intelectual e físico.
Fonte: Blog Neuonis e Saúde Mental
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
O MUNICÍPIO DE FARIAS BRITO ESTÁ GARANTINDO INTERNAÇÕES PSIQUIÁTICAS NO HOSPITAL MUNICIPAL (UMS)
ENFº JOSÉ CARLOS (CAPS) E ENFª PATRÍCIA LOPES (UMS) |
No processo de reestruturação da atenção à saúde mental, os hospitais psiquiátricos progressivamente têm deixado de constituir a base do sistema assistencial, cedendo terreno a uma rede de serviços substitutivos que buscam estratégias de inclusão social, humanização e garantia dos direitos das pessoas com algum sofrimento mental. Contudo, a internação psiquiátrica, a despeito das múltiplas controvérsias que a cerca, continua sendo um recurso terapêutico indispensável para muitos pacientes, sobretudo os mais graves. O hospital geral como recurso último no momento de crise compõe a rede de serviços regida por legislação específica e deve estar interligado a outros serviços de acompanhamento, dentro das ações em saúde mental de promoção, prevenção e recuperação preconizadas pelo SUS - Sistema Único de Saúde como um serviço substitutivo ao manicômio. No entanto essa realidade na prática não funciona a contento, ainda existe muita descriminação e preconceito a cerca da internação psiquiátrica em hospitais gerais. O município de Farias Brito, como sempre, preocupado com o bem estar do cidadão fariasbritense, aderiu também a esse novo dispositivo de assistência à saúde mental. A Secretaria Municipal de Saúde através da parceria entre o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Unidade Mista de Saúde (UMS), está realizando os internamentos psiquiátricos no próprio hospital local, sendo muito raros os casos encaminhados á Casa de Saúde Santa Tereza, hospital psiquiátrico na vizinha cidade do Crato. A equipe de profissionais do CAPS e a equipe da UMS estão sempre preocupados em oferecer um tratamento mais digno e humanizado aos portadores de transtornos mentais.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
INFORMAÇÕES SOBRE PROBLEMAS RELACIONADOS A SAÚDE MENTAL
Sociopatia à Luz da Ciência Médica
* Este texto está publicado na Revista CONSULEX do dia 30 /06/11.
Em sua concepção histórica, o termo “sociopatia” passou a ser usado logo depois do clássico A Máscara da Sanidade, publicado, em 1941, pelo Psiquiatra americano Hervey Cleckley. Nesse trabalho pioneiro foi descrita uma condição clínica, a psicopatia, e suas possíveis causas sociais desencadeantes. Ou seja, alguns indivíduos apresentavam comportamentos tão caóticos e dessintonizados com as solicitações da realidade e da sociedade que indicavam alguma doença subjacente. Apesar de capazes de se relacionarem de maneira superficial com as demais pessoas, esses indivíduos eram totalmente irresponsáveis em suas relações e nem sequer tinham consideração pelos sentimentos alheios.
Atualmente, as expressões “psicopatia”, “transtornos de personalidade antissocial” e “transtornos de personalidade” são preferidas ao uso do termo “sociopatia”, por enfatizarem os fatores biológicos e psicológicos causadores desses transtornos, para fins de tratamento individualizado.
Os médicos lidam diretamente com os pacientes, discutindo ou atuando pouco em soluções de aplicabilidade social. Podemos afirmar que tratamos pessoas, com as suas personalidades, vivências e idiossincrasias, recorrendo aos profissionais do Direito e da Filosofia para o entendimento das repercussões dessas patologias individuais na esfera social.
Denominam-se “transtornos de personalidade” os desvios dos padrões comportamentais considerados normais em uma determinada cultura. Esses desvios aparecem em diferentes contextos, sendo estáveis no tempo, resistentes à modificação espontânea ou volitiva, e causam sofrimento significativo para o indivíduo, a sua família e a sociedade.
O “transtorno de personalidade antissocial” caracteriza-se pela violação de direitos alheios, devido à incapacidade de adequação às normas sociais. Ou seja, o indivíduo acometido desse tipo de transtorno tem propensão a enganar, indicada pelo uso de mentiras ou nomes falsos, visando obter vantagens pessoais ou prazer. Há, nessa estrutura psicológica, uma impulsividade recorrente, afigurando-se o fracasso inerente ao planejamento futuro e à antevisão das consequências dos próprios atos. Atos violentos e agressividade geralmente encontram-se presentes, com desrespeito à segurança própria ou alheia, assim como irresponsabilidade consistente em esquivar-se de comportamento laboral adequado e de honrar obrigações financeiras assumidas. Esses indivíduos não sentem remorsos por terem ferido, maltratado ou roubado alguém. O diagnóstico é realizado a partir da idade de 18 anos. Os sinais patológicos surgem antes dos 15 anos e nenhuma outra doença mental caracteriza melhor as manifestações sintomatológicas.
A prevalência do “transtorno de personalidade antissocial” pode ser aferida em 3% a 5% da população, em geral, indivíduos moradores de áreas pobres em grandes centros urbanos, com pouca escolaridade e um severo grau de dependência alcoólica e debilitação. Muitos morrem prematuramente pelo envolvimento com o tráfico de drogas e outras formas de violência. A maioria dos indivíduos antissociais são homens, mas o número de mulheres está aumentando, na medida em que adquirem liberdade social e modificam os seus estilos de vida, assumindo padrões tradicionalmente masculinos.
As expressões “psicopatia” e “transtorno de personalidade antissocial”, apesar de usadas como sinônimos, ostentam diferenças importantes. De fato, a maioria da população carcerária manifesta “transtorno de personalidade antissocial”; apenas 25% preenchem os critérios diagnosticados para “psicopatia”, o que se verifica através da aplicação de um instrumento de avaliação denominado Inventário de Psicopatia de Hare-revisado (PCL-R).
A “psicopatia” inclui itens como irresponsabilidade, impulsividade, falta de objetivos realistas, conduta sexual promíscua, problemas comportamentais precoces, estilo de vida parasitário, insensibilidade e falta de empatia, afeto superficial, ausência de remorso ou culpa, necessidade de estímulos, tendência ao tédio e sentido grandioso de autovalia. Uma pessoa pode ser psicopata e não apresentar personalidade antissocial ou, então, ser portadora de personalidade antissocial e não preencher os critérios para o diagnóstico de psicopatia. A implicação dessas diferenças é que os psicopatas são intratáveis do ponto de vista psiquiátrico até o momento, enquanto os portadores de personalidade antissocial ou comportamentos antissociais isolados são parcialmente tratáveis.
Criminosos de “colarinho branco” são enquadrados, com frequência, como portadores do “transtorno de personalidade narcisista”, uma vez que suas estruturas psicológicas permitiram-lhes tornar-se indivíduos bem-sucedidos, mas defeitos em sua consciência moral acabaram por imprimir-lhes um comportamento antissocial, o que, inclusive, é detectado pela Justiça. Nesta situação, é preciso diferenciar “condutas antissociais” da verdadeira “personalidade antissocial”.
A “conduta antissocial” pode decorrer de pressão dos pares, oportunidades de acesso ao poder, facilidades para levar vantagem em estruturas hierarquizadas, sem fiscalização, conflitos emocionais ou mesmo de pensamento psicótico, isto é, desprovido de avaliações adequadas da realidade, ao passo que a “conduta psicopática” pode ser considerada uma variante primitiva do espectro dos transtornos narcisistas. A personalidade narcisista move-se num continuum, desde a psicopatia evidente, passando por um narcisismo maligno, indo em direção a uma personalidade narcisista com conduta antissocial, chegando a estratos mais tratáveis, como outro transtorno de personalidade com conduta antissocial e alcançando personalidades emocionalmente perturbadas, com padrões antissociais.
Numa sociedade em que o sucesso, o poder, a inteligência, a beleza e o amor ideal são os valores fomentados, as personalidades narcisistas prosperam, com o consequente risco aumentado de se envolverem em condutas antissociais deliberadas ou circunstanciais. O sentimento grandioso que permeia essa personalidade, a autoimportância exagerada, a crença de ser “especial”, a associação com outras pessoas com a mesma constituição psicológica e objetivos, cria um “caldo de cultura” para o aumento da ilicitude encoberta. Como são exploradores por natureza em seus relacionamentos interpessoais, pouco empáticos com os sentimentos alheios e cheios de arrogância e insolência, constituem verdadeiras ameaças à sociedade baseada em direitos e deveres iguais.
A nós, médicos, na área de saúde mental, cabe a árdua tarefa de oferecer recursos de tratamento, na tentativa de resgatar uma consciência que se encontra frágil ou inexistente. Para isso, recomendamos as psicoterapias e os medicamentos. Os resultados terapêuticos são discretos, para não dizermos pífios. A maioria desses pacientes abandona os tratamentos. Não há mudança verdadeira sem a capacidade de sentir culpa e assumir responsabilidades pelos próprios atos – funções da consciência moral. E outros pacientes mantêm o tratamento pelo tempo mínimo suficiente, por serem obrigados pelo sistema judicial, e também para conseguirem enganar a lei e ganhar indultos.
Por fim, os focos atuais de pesquisa estão centrados na prevenção primária. Há uma crescente compreensão de que os genes e o ambiente estão envolvidos na patogênese do transtorno de personalidade antissocial. Intervenções sociais, privilegiando a relação mãe-filho, o controle saudável das relações familiares, a fim de evitar-se a violência infantil, e a promoção de cuidados competentes dos infantes podem influenciar as futuras gerações, reduzindo essa patologia na saúde pública. Quanto aos psicopatas, os estudos se centram na neurobiologia desses indivíduos, com investigações que procuram entender o seu funcionamento cerebral peculiar, para a descoberta de novas intervenções terapêuticas.
Fonte: Blog Neurônios e Saúde Mental
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