quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL



Amarante, em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, livro publicado pela Editora Fiocruz no ano de 2007,  discorre sobre a história da psiquiatria, contextualizando seu enfrentamento ao transtorno mental. Partindo da descrição dos primeiros hospícios, concebidos em moldes pinelianos, ele situa-nos, no enfrentamento a problemática da loucura, desde sua gênesis até a Reforma Psiquiátrica, enfatizado, dentre outros episódios, a reforma Italiana e a contribuição de Franco Basaglia para a superação do modelo manicomial. 
Amarante defende que a visão banalizada, e por vezes, até mesmo criminalizada de louco e de loucura não é fato recente.  Segundo ele, a sociedade vive um papel de antagonismo ao ser vítima e algoz do descaso que se faz em relação ao transtorno mental. Tal concepção parte do ideal de alienismo, onde, com a reclusão e o isolamento dos ditos loucos em asilos, a sociedade se via salva da periculosidade e do risco social que o transtorno mental incitava nas camadas sociais.
Essa visão deturpada que se faz do louco é fruto de séculos de descaso e preconceito ao sofrimento mental, exercidos por uma sociedade que, desde a implantação das primeiras instituições asilares, nega sua responsabilidade e cumplicidade frente ao transtorno mental. Amarante cita a contribuição de Pinel, sucessor do alienismo, na criação dos primeiros manicômios e implantação da psiquiatria como ciência preocupada com a saúde mental. Além disso, ele crítica a ambiguidade do contexto onde nasceram as primeiras instituições asilares: em plena Revolução Francesa. Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade pareciam utópicos e, por que não dizer mesquinhos, diante das atrocidades cometidas contra seres humanos naqueles asilos psiquiátricos.
O autor denuncia a condição desumana em que viviam os pacientes nos primeiros hospícios, cujo cuidado comparava-se ao dos campos de concentração e de extermínio nazistas. Para Amarante, tais instituições eram verdadeiros “depósitos de gente”, onde os pacientes pereciam em situação de completo abandono, desprovidos de cuidados básicos como higiene e alimentação. O compromisso com a saúde do portador de transtorno mental pela sociedade resumia-se em apenas ignorá-los por completo. O enclausuramento de tais pessoas em manicômios, privando-os do convívio social, parecia ser a melhor medida para se isentar do problema.
Os questionamentos quanto à metodologia da psiquiatria frente ao sofrimento mental no século XX só foram possíveis pela mudança na ordem social e pela nova concepção de humanidade resultantes da segunda guerra mundial. Nesse período, aconteceram diversas mudanças legislativas na atenção ao transtorno mental em alguns países da Europa e nos EUA que, de acordo com o autor, teriam influenciado positivamente o movimento antimanicomial brasileiro. Dentre as medidas de enfrentamento ao sofrimento mental, Amarante cita a iniciativa da Itália em extinguir os hospitais psiquiátricos e reorganizar o seu modelo de políticas assistenciais ao portador de transtorno mental, visando melhor qualidade de vida e inclusão das pessoas com sofrimento mental. Fatos que culminaram com a institucionalização do dia 18 de maio como Dia Nacional da Luta Antimanicomial no Brasil.
O autor alude a importância das práticas de Comunidades Terapêuticas e da Psicoterapia Institucional, já praticadas na Itália e França, como estratégias pioneiras dessa nova forma de fazer saúde mental e, segundo ele, tal metodologia incitou a desistitucionalização manicomial brasileira. Tal desistitucionalização foi, no Brasil, encabeçada por membros e representantes da Psiquiatria de Setor, o que, por sua vez, resultou na criação de políticas alternativas de enfrentamento ao transtorno mental. Tais medidas só foram possíveis pela mobilização social de usuários dos serviços, familiares, artistas, civis e profissionais da área que, sensibilizados com a causa, organizaram-se e iniciaram a Luta Antimanicomial. O resultado disso é o que hoje chamamos de Atenção Psicossocial. Uma medida do estado, em conjunto com a psiquiatria, que acatando às novas diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde), viu a necessidade de rever a situação da loucura no país. Surgiram dessa reformulação do serviço de saúde os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); as Residências Terapêuticas; as Cooperativas e os Centros de Convivência.
Até o século XX não se pensava em políticas de enfrentamento do transtorno mental, e o cuidado se resumia à reclusão e ao isolamento social dos portadores de transtorno mental. O movimento nacional pela socialização e inclusão dos usuários do serviço saúde de mental percorreu uma longa jornada e enfrentou diversos desafios para a instauração e manutenção do modelo de saúde mental que se presta hoje no Brasil.
Diante disso, fica clara a importância de continuar pensando a saúde mental. O desafio agora é forjar na sociedade uma concepção distinta daquela concebida anteriormente, de uma loucura inaceitável, violenta e que agride a ordem social. Torna-se imprescindível dissociar a imagem de risco social que se fez do louco. Não podemos nos isentar de nosso papel como cidadãos sociáveis e corresponsáveis pela qualidade da saúde mental em nossas casas, nossos bairros, nossas cidades e em nosso país. Quer sejamos favoráveis ou contrários frente ao sofrimento mental, e às políticas nacionais de socialização de inclusão social dos portadores de transtorno mental, conhecer a obra e a visão Paulo Amarante irá situar-nos historicamente frente aos fatos que fizeram da saúde mental esse desafio que ela é hoje.  É nesse quesito que a leitura de Saúde Mental e Atenção Psicossocial torna-se uma experiência válida, pela forma como o autor ilustra a problemática do transtorno mental no Brasil e mundo.


Por Hudson Eygo Soares Mota
Acadêmico de Psicologia do CEULP/ULBRA e voluntário do (En)Cena.


AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial – obra completa – Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007.


Paulo Amarante é Médico, Mestre em Medicina Social pelo IMS/Uerj e Doutor em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz.
Fonte: Blog Encena Saúde Mental

terça-feira, 25 de outubro de 2011

INFORMAÇÕES SOBRE PROBLEMAS RELACIONADOS A SAÚDE MENTAL

          
     TRANSTORNO DE  ANSIEDADE


 
A ansiedade é um estado emocional normal. Uma das características do sucesso da espécie humana é a capacidade de antecipar o perigo, o que requer uma preparação geradora de ansiedade. Ela é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida; ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga. A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente danosas, como punições ou privações, ou qualquer ameaça a unidade ou integridade pessoal, tanto física como psíquica. Desta forma, a ansiedade prepara o organismo a tomar as medidas necessárias para impedir a concretização desses possíveis prejuízos, ou pelo menos diminuir suas consequências. Portanto ela é uma reação natural e necessária para a autopreservação. Não é um estado normal, mas é uma reação normal, assim como a febre não é um estado normal, mas uma reação normal a uma infecção. As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas por serem naturais e autolimitadas.  A ansiedade é um acompanhamento normal do crescimento, da mudança, de experiência de algo novo e nunca tentado, e do encontro da nossa própria identidade e do significado da vida. Os estados de ansiedade anormais, que constituem transtornos de ansiedade são patológicos e requerem tratamento. Caracterizam-se  pela excessiva intensidade e prolongada duração proporcionalmente à situação precipitante. Ao invés de contribuir com o enfrentamento do objeto de origem da ansiedade, atrapalha, dificulta ou impossibilita a adaptação.  A ansiedade é patológica quando deixa de ser útil e passa a causar sofrimento excessivo ou prejuízo para o desempenho da pessoa e gera um sentimento de insegurança intensa, de perigo iminente. Ela se torna patológica assim que o seu grau estiver desmedido em relação a uma situação, às circunstâncias externas e se a pessoa ansiosa não controlar mais a sua angústia. O transtorno de ansiedade vem se configurando como um dos grandes problemas de nossos tempos. Vida agitada, pressão e stress somam-se gerando esta doença que tanto prejudica a qualidade de nossas vidas. Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual, com isso, acaba tornando-se constante na vida de muitas pessoas. Dependendo do grau ou da frequência, pode se tornar patológica e acarretar muitos problemas posteriores, como o transtorno de ansiedade. Sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua autoestima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las. Dessa forma, o termo ansiedade está de certa forma ligado à palavra medo, sendo assim a pessoa passa a ter medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar. A Ansiedade em níveis muito altos, ou quando apresentada com a timidez ou depressão, impede que a pessoa desenvolva seu potencial intelectual. O aprendizado é bloqueado e isso interfere não só no aprendizado da educação tradicional, mas na inteligência social. O indivíduo fica sem saber como se portar em ocasiões sociais ou no trabalho, o que pode levar a dificuldades nos relacionamentos, prejuízo no trabalho, entre outros, gerando assim, perda na qualida de vida. Algumas pessoas com ansiedade neurótica apresentam comumente sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou opressão no peito, outros manifestam sintomas gastrointestinais como náuseas, vômito, diarreia ou vazio no estômago, outros ainda apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e lombalgia. Sobre a sintomatologia geral da Ansiedade aumentada, comumente se observa pelo menos seis dos dezoito sintomas seguintes: tremores ou sensação de fraqueza, náuseas e diarreia, tensão ou dor muscular, rubor ou calafrios, inquietação, polaciúria (urina muitas vezes), fadiga fácil, sensação de bolo na garganta, falta de ar ou sensação de fôlego curto, impaciência, palpitações, resposta exagerada à surpresa, sudorese, mãos frias e úmidas, pouca concentração ou memória prejudicada, boca seca, dificuldade em conciliar e manter o sono, vertigens e tonturas, irritabilidade.  O tratamento é feito com psicoterapia e medicamentos, dentre os quais ansiolíticos e antidepressivos. Há algumas técnicas que auxiliam na prevenção e tratamento da ansiedade. Veja algumas dicas: 1) Aprenda a relaxar; 2) Procure respirar profundamente algumas vezes do dia; 3) pratique esporte ou simplesmente uma caminhada; 4) Evite café, bebidas e produtos que contenham estimulantes (coca, cafeína, cigarro); 5) Tire dez minutos do seu dia para alongar-se e meditar; 6) observe seus pensamentos e direcione-os para que sejam agradáveis.

sábado, 22 de outubro de 2011

ATENÇÃO VOLTADA AO IDOSO



A melhor idade é um eufemismo frequentemente usado no Brasil para referir-se aos cidadãos pertencentes à chamada terceira idade ou, mais apropriadamente, aos idosos. O termo idoso recebe uma definição na forma da lei: "pessoa com idade igual ou superior a 60 anos". Esse termo também é questionado por alguns estudiosos da gerontologia, pois se acredita que também se configura em uma negação da velhice, pois não existe o processo de "idosamento'' e sim de envelhecimento. Atualmente o número de pessoas idosas não para de crescer no país e já ultrapassa 10% da população total. O Estatuto do Idoso, legislação editada em 2003, estabelece que os censos demográficos brasileiros devam incluir dados relativos a esse segmento da população. Entre os anos de 1940 e 2006, o número de idosos registrados no Brasil cresceu cerca de 10 vezes, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões. A previsão é que em 2025 esse número esteja na casa de 64 milhões de pessoas. Em 2050 estima-se que um em cada três brasileiros seja idoso. A sociedade e o governo devem estar preparados para essa nova realidade. No Ceará a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), através da Célula de Diversidade e Acessibilidade ligada a Coordenadoria de Proteção Social Básica e Segurança Alimentar Nutricional, criou o Projeto Terceira Idade Cidadã, que tem como objetivo apoiar as gestões municipais no desempenho de ações de Proteção Social Básica voltadas para o idoso. Visando a capacitação dos profissionais no tocante ás questões  relacionadas ao idoso, nos dias 12 a 16 de setembro promoveu um curso de Psicogerontologia, ministrado pela Drª Dellia Catullo (Psicóloga, doutora em Gerontologia). Dando continuidade, está sendo ministrada uma capacitação em gerontologia ( um campo de conhecimento interdisciplinar que estuda o processo de envelhecimento em suas múltiplas dimensões: psicológicas, biológicas e sociais.)  através do curso de Multiplicadores Sociais em Atenção a 3ª Idade, que está sendo realizado de forma  sequencial em três módulos, nos meses de Outubro (aconteceu nos dias 17 a 21), Dezembro e Janeiro de 2012. A Secretaria de Ação Social de Farias Brito, dentre as muitas ações que desenvolve, tem como uma de suas prioridades a atenção voltada ao idoso. A Secretária de Ação Social, Drª Socorro Oliveira, preocupada em melhorar a assistência prestada aos idosos de Farias Brito, assim como, com o bem estar biopsicossocial dos mesmos, convidou a psicóloga do CAPS Maria José Gomes Saraiva para fazer essa capacitação, contribuindo assim, para o enriquecimento das ações Inter setoriais. A mesma está sendo de grande relevância, pois está contribuindo para o aperfeiçoamento e aprofundamento dos profissionais, no tocante às questões relativas ao processo de envelhecimento.
Curso de Psicogerontologia - Dra Délia Catullo(Psicóloga)







Curso de Psicogerontologia
 
Capacitação em Gerontologia

 Capacitação em Gerontologia

Capacitação em Gerontologia - Dra. Milena Bastos(T. Ocupacional)

Capacitação em Gerontologia - Dr. Alexandre Alcãntara(Promotor)

Capacitação em Gerontologia

Capacitação em Gerontologia - Dra. Adriana Alcãntara(Ass. Social)

Capacitação em Gerontologia

Capacitação em Gerontologia


                                                                                                                                                                                         



sábado, 15 de outubro de 2011

SAÚDE MENTAL: OMS PEDE MAIS INVESTIMENTOS EM PREVENÇÃO E TRATAMENTO


No Dia Mundial da Saúde Mental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) cobrou mais investimentos em serviços de prevenção e no tratamento de doenças mentais, neurológicas e de distúrbios associados ao uso de drogas e outras substâncias. De acordo com o órgão, a falta de recursos financeiros e de profissionais capacitados é ainda mais grave em países de baixa e média renda – a maioria deles destina menos de 2% do orçamento para a área de saúde mental. Outro alerta é que muitos países contam com menos de um especialista em saúde mental para cada milhão de habitantes, enquanto uma parte considerável dos recursos alocados no setor é destinada apenas a hospitais psiquiátricos e não a serviços oferecidos, por exemplo, na saúde primária. “Precisamos aumentar o investimento em saúde mental e destinar os recursos disponíveis para formas mais eficazes e mais humanitárias de serviços”, reforçou a OMS. A estimativa é que mais de 450 milhões de pessoas sofram de distúrbios mentais em todo o mundo. Durante reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou os avanços obtidos no Brasil por meio da reforma psiquiátrica, instituída por lei em 2001. Segundo ele, a quantidade de procedimentos ambulatoriais em saúde mental passou de 423 mil em 2002, para 21 milhões em 2010. Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Farias Brito comemorou 6 anos do Projeto de Construção Cotidiana da Saúde Mental do Município no dia 10 de Outubro


Em Outubro de 2005, o município de Farias Brito aderiu ao movimento da Reforma Psiquiátrica e implantou um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Até então, assim como a maioria das cidades brasileiras na época, não dispunha de serviço especializado para cuidar das pessoas com algum sofrimento mental, tendo como alternativa referenciá-los para o CAPS da vizinha cidade do Crato e nos momentos de crise encaminhá-los para internamento no hospital psiquiátrico Santa Tereza. Com a implantação do CAPS, as pessoas que necessitam de algum atendimento em saúde mental, começaram a vislumbrar novos horizontes. O trabalho desenvolvido tem como objetivos, além da prevenção e promoção de saúde mental, a reinserção social, de forma a oportunizar aos usuários condições de trabalho, lazer, exercício de direitos civis, e fortalecimento de laços comunitários e familiares, para que assim possam ter uma vida mais digna e com mais qualidade. Ao longo desses seis anos, muitas conquistas foram obtidas, sempre com o apoio incondicional da Gestão Municipal e da Secretaria Municipal de saúde, que sempre tratam as questões relacionadas à saúde mental com seriedade, dedicação e respeito. A equipe interdisciplinar está sempre comprometida e engajada em prol de melhorias na qualidade do trabalho desenvolvido, buscando sempre oportunidades de crescimento e aperfeiçoamento profissional,como também participar dos processos seletivos de projetos oferecidos pelo Ministério da Saúde. O CAPS de Farias Brio foi contemplado com projetos de Supervisão Clínico Institucional e de Arte e Cultura. A supervisão foi feita pelo psiquiatra Dr Carlos Magno Cordeiro Barroso, um ícone na saúde mental cearense. Dentre as ações desenvolvidas, procurou-se aperfeiçoar questões com relação à saúde mental na atenção básica e internamentos psiquiátricos no hospital clínico. Para atingir esses objetivos foi realizados treinamentos em saúde mental para as ESF (Equipes de Saúde da Família) e para os  profissionais da UMS (Unidade Mista de Saúde). Através do projeto de Arte e Cultura puderam-se aperfeiçoar os grupos de Arte Terapia e o grupo de Teatro. O CAPS também procura sempre participar das discursôes teóricas e práticas a cerca da saúde mental,se fazendo presente nas Jornadas, Encontros Científicos e Semanas de Saúde Mental. Além disso procura participar das discursões políticas e  em 2010 participou da IV Conferência Estadual de Saude Mental, representado por três delegados eleitos nas categorias de gestor, familiar e usuário, como também participou da etapa nacional, com um delegado representante na categoria de gestor.  São muitas e diversificadas as ações desenvolvidas, tanto no tocante a prevenção como a promoção de saúde, tais como: palestras na comunidade, nas escolas, programas de rádio, entre outras. As atividades com os usuários, não acontecem apenas nas dependências do CAPS, são também realizadas fora do serviço, como parte estratégica de uma reabilitação psicossocial, respeitando as possibilidades individuais e os princípios de cidadania, objetivando minimizar estigmas e preconceitos e promover o usuário como sujeito da sua própria história. Procura-se trabalhar em parcerias, com as secretarias municipais, associações comunitárias, Organizações não governamentais( ONG’S) e com a comunidade, pois diante da complexidade das necessidades humanas, faz-se necessário a união de forças e competências, pois só assim pode-se conseguir resultados positivos. Em comemoração aos seis anos desse projeto de construção cotidiana de saúde mental no município, como também em alusão ao dia mundial da saúde mental, no dia 10 de outubro houve uma intensa programação.Durante o dia os profissionais foram à rádio local Carmo vida FM, falar para a população sobre saúde mental. À noite foi realizado um evento na Praça Enoque Rodrigues, no centro da cidade, no espaço onde se situa a Câmara Municipal de Vereadores. O mesmo contou com a participação do prefeito municipal Dr Vandevelder, secretário de saúde Dr Liberalino Neto e outros secretários municipais, presidente da câmara Sr. Francisco e outros vereadores, diretores de escolas, professores, além da significativa participação de usuários, familiares e comunidade em geral. Foi uma noite reflexiva e bastante animada, onde inicialmente foi feito um breve histórico da reforma psiquiátrica no Brasil, em seguida foi feita uma explanação dos trabalhos desenvolvidos pelo CAPS ao longo desses seis anos. Para abrilhantar a noite foi apresentada uma peça teatral, do grupo de teatro do CAPS, Caminhos da Arte, que abordou o tema relacionado ao uso abusivo das drogas e suas consequências negativas, levando também a mensagem aos pais sobre a importância da devida atenção que se deve dedicar aos filhos, e aos jovens a mensagem que, dentre tantas consequências negativas trazidas pelas drogas a morte é o principal caminho levado por ela. Durante todo o evento houve uma exposição dos artesanatos confeccionados pelos usuários nos grupos de geração de renda e finalizou-se com música ao vivo, voz e violão, cantado por uma usuária e tocado pelo professor do coral..